O presente trabalho versa sobre a problemática da
água no planeta Terra e no Brasil, onde foi apresentada uma análise crítica,
seguida de sugestões.
Água conforme foi apresentada neste se mostra, um
problema evidente na Terra do futuro, pelo fato de seu mau uso pela população
atual de nosso planeta, pois se continuarmos como estamos a Terra deixara de ser
o Planeta Água.
Cabe dizer que tudo que foi sugerido está
fundamentado no Art. 225 da Constituição Federal do Brasil - 1988 e agenda 21.
As ocorrências são fatos vividos ou lidos, pelos autores.
Como o Planeta Terra é chamado por nós de Planeta
Água, devido a sua constituição ser de ¾ de água, porém de toda esta água 97% é
de água salgada e apenas 3% de água doce. Desses 3% apenas 1% é de água potável.
Diante desde fato é sensível a necessidade de uma política educacional que leve
a conscientização da necessidade do não desperdício de água doce no planeta.
Cita-se que a cultura do desperdício no Rio de
Janeiro atinge um total de 40% da água tratada disponível. Não se entende o que
seja preservação e conservação do planeta em função da água.
A Constituição Brasileira no seu Art. 225
descreve "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público o dever de defendê-lo à coletividade o de preservá-lo para as presentes
e futuras gerações."
A Poluição da Água
A poluição da água tem um ponto de vista
histórico, ela começou com a deposição de dejetos humanos e animais ao longo dos
mananciais, dos leitos de rios e lagos e por infiltração nos lençóis d'água. A
poluição evoluiu e evolui através dos anos, com o desenvolvimento da indústria
como dos: agrotóxicos, polímeros e o crescimento do contingente humano no
planeta, levam estudiosos a observarem a perda inconsciente do solo, do subsolo,
das águas correntes, do ar que respiramos e das chuvas. Fato que está gerando
até problemas de saúde pública. É fato constatado que a maior parte das mortes
por doenças são devidas a ingestão de água contaminada.
O Ciclo das Águas
As águas dos oceanos, mares, rios e lagos
evaporam-se condensam, e estas voltam a Terra por precipitação reabastecendo
esses mesmos aqüíferos e por infiltração mantendo o nível dos lençóis freáticos
durante o período. Durante o período da noite as gotículas de água em suspensão,
por variação de temperatura se precipitam sobre a forma de orvalho.
A Problemática das Águas no
Planeta
As águas estão sendo modificadas quanto a sua
natureza, pelo descuido do homem, que geram águas contaminadas e poluídas por
fatores demonstrativos da falta de educação caseira, formal e acadêmica.
Fig. 1 - Uso mundial da água por setores (fonte
Teixeira, W et alii "Decifrando A Terra" São Paulo - USP - Oficina de texto,
2000).
A água potável disponível na Terra equivale à
cerca de 12.500 km3. estes são usados pelas indústrias, agricultura e
domicílios.
Descontando-se o uso industrial, agrícola e
doméstico as reservas mundiais chegavam a 16.800 m3 por pessoa ao ano. No final
do século XX as reservas se reduziram a 7.300 m3 e as previsões para 2025 não
são animadoras podendo chegar a 4.800 m3. A agricultura é a que mais utiliza
recursos hídricos principalmente para a irrigação. O crescimento populacional do
mundo requer o aumento da produção agrícola.
Atualmente 70% da água doce disponível no planeta
é utilizada na agricultura mas segundo o Conselho Mundial de água (World Water
Council) no ano 2025 serão necessários mais 17% desse recurso para alimentar o
mundo.
A Europa é o continente que mais consome água no
setor industrial, Oceania consome no setor doméstico cerca de 8%.
Fig. 2 - A disponibilidade de água no mundo
(fonte Beaux, J. F. "L'Environenment Repères Pratiques" Paris, Nathan, 1998)
Observem a figura 2 que mostra diferenças
extremas quanto ao consumo de água em algumas localidades. Deve-se observar que
segundo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apenas a metade da
população mundial tem acesso à água potável. Segundo Banco Mundial cerca de 80%
no futuro irão entrar em conflito por causa deste bem esgotável. Já ocorrendo em
paralelo com as desavenças político-religiosas.
Neste item não podemos nos esquecer que com o
aumento da população mundial, haverá uma necessidade de mais água pelo fato de
sermos compostos de cerca de 66% de água.
Mundo | 645 m3 |
América do Norte | 1680 m3 |
América Latina e Caribe | 402 m3 |
Europa | 626 m3 |
Ásia | 542 m3 |
Oceania | 536 m3 |
Estados Unidos | 1870 m3 |
Brasil | 246 m3 |
Rússia | 521 m3 |
China | 461 m3 |
Índia | 612 m3 |
Egito | 952 m3 |
Fig. 3 - Consumo anual per capta de água no
mundo
fonte: Folha de São Paulo, 21/07/1999. Caderno
Especial - Água, Comida e Energia.
A Poluição dos Mares Oceanos e
Baias
O problema alvo da contaminação de mares e
oceanos e baias é decorrente dos vazamentos de tubulações de óleo e de
petroleiros além da lavagem indiscriminada de conveses e porões de navios nos
portos.
Um outro problema que futuramente ira se agravar,
é o da construção naval atual de navios, submarinos, porta-aviões e outros
movidos à propulsão nuclear, que quando naufragam contaminam os mares e uma
questão que fica no ar. Qual o problema futuro de suas desativações?
Uma outra contaminação existente é chamada de
Maré Vermelha que são provocadas pelas algas de mesma cor, em virtude, do
excesso de poluentes (esgotos) que levam a um aumento de natalidade destas,
provocando diminuição no oxigênio das águas.
Os futurólogos prevêem que em intervalo de tempo
próximo as plantações serão oceânicas, e para tanto devemos não poluir também os
mares e oceanos. Porém um problema eminente está ocorrendo na Europa, que é a
Calepa Taxifólia ou alga assassina que está se espalhando na Europa em
proporções geométricas, pois são levadas pelas correntezas, navios e outros. O
efeito desta alga é devastador pois ela sufoca as algas que são ingeridas pelos
peixes que por sua vez fazem parte da cadeia alimentar. Essas algas apesar de
venenosas têm um predador natural, que é a lesma do mar, esse predador após
ingerir a alga assassina torna-se também venenosa saindo da cadeia alimentar,
ela também tem um problema, ela não resiste às baixas temperaturas do inverno
europeu. Mesmo conhecendo-se a alga assassina, o seu predador natural, o seu
problema com variações de temperatura e que ela não se reproduz sexualmente, e
sim por alto clonagem, o que implica na não possibilidade de sua remoção por
meios mecânicos, pois qualquer corte nela leva a sua multiplicação por ambas as
extremidades.
Fato este que deixa o Brasil em vantagem, pois
nossos invernos não são tão agressivos como os Europeus, o que permite a
disseminação das algas pelas lesmas, e que torna possível em nossa costa a
manutenção da vida marinha, levando assim o Brasil a ser o futuro abastecedor
mundial de alimentos marinhos.
A poluição dos rios, lagos e
lagoas
A poluição dos rios, lagos e lagoas têm como
fonte principal o homem que os polui através de indústrias, do esgoto lançado in
natura e da deposição de lixo nas encostas e dentro destes. Um outro problema
que ocorre com estes é o do desmatamento e das queimadas nos margens, que podem
até provocar mudança do curso dos rios além de assoreamentos.
As enormes quantidades de agrotóxico e
fertilizantes de uso agrícola de nossas plantações podem acarretar aos corpos
receptores, rios, lagoas e lagunas, a proliferação de algas que se alimentam dos
fertilizantes trazidos pelas chuvas e essas algas produzem substâncias tóxicas
tornando esta água imprópria ao consumo humano e a fauna aquática.
A modificação da estrutura genética dos seres
marinhos através da ingestão de produtos químicos, cujos efeitos prejudiciais
aos seres humanos ainda são desconhecidos pode acarretar até modificações no
DNA.
Os manguezais são ecossistemas de alta
produtividade compondo a base de uma cadeia alimentar que passa por um
incontável número de aves marinhas e migratórias, incluindo ainda o próprio
homem no extremo desta cadeia. A fauna associada ao manguezal consiste de dois
grupos os que o habitam permanentemente em seu ciclo vital (moluscos,
crustáceos) e aqueles que o freqüentam periodicamente para abrigo, desova e
alimentação na fase de crescimento principalmente peixes e mamíferos. Os outros
problemas com lagos e lagoas são:
- Degradação das áreas de proteção dos lagos especialmente pelo lançamento de dejetos.
- Assoreamentos das lagoas quando permitida afirmação de espigões impedindo o livre transita de pequenas embarcações.
- Construções com total desrespeito a faixa marginal invadindo a faixa d'água.
- Desenvolvimento das condições de falta de oxigênio em virtude da alta concentração de esgoto e a presença de vegetação aquática em decomposição.
- Represamento dos rios poluídos devido a grande quantidade de vegetação aquática.
A poluição dos lençóis freáticos e minas
d'água
A poluição dos lençóis freáticos e das minas
d'água se deve também a esgotos, a utilização de produtos químicos por
indústrias e pelos lixões que desprendem o chorume.
Por ocasião das chuvas o próprio solo absorve
agrotóxicos e fertilizantes, oriundos da agricultura que são também uma fonte de
poluição dos lençóis freáticos e minas d'água.
A poluição das chuvas
Os poluentes incorporados ao ar Atmosférico, tais
como gás carbônico, fluoretos, nitritos, sulfitos e sulfetos, geram a chamada
Chuva Ácida. Responsável pela destruição de arquiteturas, estátuas, geração de
doenças de pele e outros.
No Brasil já existem comunidades que tem
problemas de câncer provocados por nuvens de poluentes, que em outros países
foram verificadas por satélite e chegam a ter proporções continentais e chegam a
ter 3 km de espessura.
A Agricultura Orgânica e os
Transgênicos
A agricultura orgânica tem sua importância por
não se valer de agrotóxicos e estar sendo re-aceita pela população.
Quanto aos transgênicos, apesar de seus efeitos
ainda serem desconhecidos, é inerente a eles a resistência a um maior número de
pragas, e com isso a menor poluição dos solos, pois usam uma quantidade menor de
agrotóxicos, embora seja muito discutido seu efeito mutante no homem do futuro,
no momento, é uma solução da problemática da fome no planeta. Deve-se lembrar
que tudo no Mundo foi feito pelo Criador em cadeia os alimentos naturais são
compatíveis com a necessidade do organismo humano.
A Água e o Brasil
O Brasil detêm de toda água doce disponível no
planeta. Pensando nesse volume e talvez considerando inesgotável uma parcela da
população de empresários, donos de indústrias e até entidades publicas continuam
poluindo os rios e o mar, sem dar a devida importância aos malefícios que tais
ações acarretam ao próprio ambiente e ser humano.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Unep), o consumo total de água doméstico, industrial e outros
em 1987 foram de 580 litros por pessoa/dia desse total coube ao consumo
doméstico 43% ou seja, 250 litros por pessoa/dia, 40% foram consumidos pela
agricultura e 17% pela indústria.
A preocupação que se despendeu no passado (séc.
XVII) que foi a criação de uma lei que proibia os donos de porcos de sujarem os
rios, não foi prosseguida pois de lá para cá a poluição só tem aumentado.
Em nosso país, rios, riachos, ribeirões, lagos,
lagoas, arroios e cachoeiras, determinam a grande variedade dos recursos
hídricos. Alguns se encontram preservados belos e úteis e outros não recebem
ainda hoje da população e autoridades os cuidados para mantê-los limpos e a sua
recepção como fonte de vida e aqui são poucas cidades que tratam as nossas
fontes de água com cuidado. Os rios aqui são encarados como um natural
escoadouro de dejetos domésticos e de lixo.
A falta de consciência é de tal ordem que se
implantou o uso da "vassoura hidráulica" para lavagem das calçadas com água
potável. Acredita-se que a exemplo de países onde a falta d'água e escassez são
notórios, deva ser implantado nas residências do Brasil sistema de adução de
água limpa e potável separadamente. Observe o alto custo da água tratada fato
que por si só justifica a implantação de tal sistema.
Segundo noticia publicada na revista Fortunate a
água tratada custa trezentas vezes o valor da água limpa. O trabalho educativo
deverá ser feito a nível doméstico e em âmbito maior, com o relacionamento das
diferentes tarefas e seus respectivos usos e gastos.
Desta maneira acredita-se que o homem venha a
minimizar o gasto de água e maximizar a sua conservação no planeta.
Este fato tem gerado a necessidade do controle
ambiental e dos RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) em áreas industriais. A
água pode ser a seiva da vida, como a geradora da morte, isto depende unicamente
do seu uso racional.
Conclusão
Hoje em dia o problema é a qualidade e a
quantidade da água, fato que não se verificava no passado. A água abundante, o
solo fofo e produtivo levou o homem, ao uso desordenado da água e do próprio
solo, chegando a se esquecer os ensinamentos dos nativos que foram os primeiros
a racionalizar os seus usos. Os indígenas fazem uso da água sem que a poluam,
fato este consciente e inconsciente. A terra é cultivada somente no espaço
necessário para sua sobrevivência, não ameaçando a estrutura dos ecossistemas,
não destruindo as florestas, fontes de preservação do solo, das águas, da vida,
fator de equilíbrio do clima.
Campanhas educativas e racionais deverão ser
implementadas, de forma a conscientizar o povo de um problema tão eminente e que
já é sentido quando acontecem problemas ecológicos. Nossa sensação de perda só
se dá neste momento, devido a grande quantidade de água que possuímos.
O maior problema atual do momento é o desperdício
da água, seu mau uso que levará a uma futura escassez acentuada.
Segundo estudos da Pastoral da Terra, publicados
no Jornal Ecológico 2003 "a última fronteira de investimento para o setor
privado é a água, disse um estrategista da Monsanto não podemos ficar em paz
enquanto a oligarquia internacional da água decreta, que a água é um bem
escasso, dotado de valor econômico, e que a melhor maneira de gerenciar a
escassez é o mercado. Para que a água seja mercantilizada, é preciso que ela
tenha um preço e seja privatizada. Essa é a questão que está por detrás da frase
do estrategista da Monsanto, empresa química que se tornou uma empresa de
sementes geneticamente modificadas e agora quer dominar toda a cadeia de
alimentos, dominando também".
O sofrimento humano e a destruição ambiental que
vêm por aí não têm tamanho. A água no momento atual é fonte geradora de guerra e
de paz e não sabemos a que eixo ou o do bom ou o do mau o Brasil estará no
futuro com tanto desprezo a esta.
Bibliografia:
BIZERRIL, C. R. S. F. e PRIMO, P. B. - "Peixes de
Águas do Estado do Rio de Janeiro" RJ, FEMAR-SEMADES, 417p, 2001
_____ - Revista CREA-RJ, Fevereiro-Março 2003
_____ - Revista JB Ecológico, Maio, N.16 2003
_____ - Secretaria de Meio Ambiente "Ambiente das
Águas no Estado do Rio de Janeiro", SEMADES, 230p, 2001
_____ - Veja, Ed. Abril, Agosto, ano 35, N.33
2002
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