Tipos de óvulos (ovos): classificação e
ocorrência.
A embriologia é a parte da Biologia que estuda o desenvolvimento dos embriões
animais. Há grandes variações, visto que os animais invertebrados e vertebrados
apresentam muitos diferentes aspectos e níveis evolutivos.
Em Biologia o desenvolvimento envolve diversos aspectos:
a) multiplicação de células, através de mitoses sucessivas.
b) crescimento, devido ao aumento do número de células e das modificações
volumétricas em cada uma delas.
c) diferenciação ou especialização celular, com modificações no tamanho e
forma das células que compõem os tecidos. Essas alterações é que tornam as
células capazes de cumprir sua funções biológicas.
Através da fecundação ocorre o encontro do gameta masculino (espermatozóide)
com o feminino (óvulo), o que resulta na formação do zigoto ou célula-ovo
(2n).
Após essa fecundação o desenvolvimento embrionário apresenta as etapas de
segmentação que vão do zigoto até o estágio de blástula. Muitas vezes há um
estágio intermediário, a mórula.
A gastrulação é o
período de desenvolvimento de blástula até a formação da gástrula, onde começa o
processo de diferenciação celular, ou seja, as células vão adquirindo posições e
funções biológicas específicas.
No período de organogênese, há formação dos órgãos do animal, estágio em que
as células que compõem os respectivos tecidos se apresentarão especializadas.
Os óvulos são gametas femininos que serão classificados em função das
diferentes quantidades de vitelo (reservas nutritivas) e das suas variadas
formas de distribuição no interior do citoplasma. Essas duas características
determinam aspectos diferentes no desenvolvimento embrionário.
É o estudo do desenvolvimento do ovo, desde a fecundação até a forma
adulta.
Tipos de ovos:
Oligolécitos -alécitos
- pouco vitelo (equinodermos, protocordados e mamíferos)
Telolécitos
incompletos - heterolécitos - polaridade (anfíbios)
Telolécitos completos -
megalécitos - disco germinativo (peixe, répteis, aves)
Centrolécitos - vitelo
no centro (artrópodes)
Tipos de clivagem:
Holoblástica
(total)
|
Igual - oligolécitos |
Desigual - telolécitos incompletos |
Meroblástica
(parcial)
|
Discoidal - telolécitos completos |
Superficial - centrolécitos |
Fases do Desenvolvimento
Segmentação: aumento do número
de células (blastômeros);
embrio.1 |
Mórula: grupo de células agregadas. Lembra uma
amora
Blástula: esfera oca onde a camada de células
denominada blastoderma envolve a blastocela
(cavidade);
Gástrula: forma o arquêntero, a mesentoderme e a
ectoderme;
Nêurula: forma o tubo neural, ocorrendo no final
da anterior;
Organogênese: formação dos
órgãos.
Destino dos Folhetos
Embrionários
Ectoderme
|
epiderme e seus anexos |
encéfalo e medula espinhal |
MESODERME | notocorda (posteriormente é substibuída por vértebras) | |
Epímero
|
dermátono - derme | |
miótomo - musculatura estriada | ||
esclerótomo - esqueleto axial (coluna) | ||
Mesômero - aparelho urogenital | ||
Hipômero | sistema circulatório | |
musculatura lisa | ||
peritônio e mesentérios | ||
esqueleto apendicular (membros) |
Endoderme | aparelho respiratório |
tubo digestivo e glândulas anexas |
Anexos Embrionários:
Saco vitelínico: todos os vertebrados. Formado pela
esplancnopleura. Função de armazenamento de vitelo (nutrição) e formação das
primeiras células sangüíneas nos mamíferos.
Âmnio: em répteis, aves e
mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Função de hidratação e proteção
mecânica. Em mamíferos, orienta a formação dos vasos umbilicais.
Alantóide:
em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Função de excreção e
respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos vasos umbilicais.
Placenta:
em mamíferos eutérios. Formado pelas vilosidades coriônicas.Realiza as trocas
com o embrião através do cordão umbilical, dotado de uma veia e duas artérias.
A reprodução sexuada envolve a união do espermatozóide com o óvulo, ambos
haplóides, o que torna possível a mistura dos caracteres genéticos das
populações de uma espécie, porem alguns animais também são capazes de
reproduzir-se de forma assexuada produzindo nos indivíduos a partir de
fragmentos ou divisões do corpo do progenitor.
Durante a formação dos gametas, o número de cromossomos é reduzido à metade
por duas divisões meióticas. Essas divisões originam quatro espermátides
oriundas de uma única espermatogônia e cada espermátide e, então, transformada
em uma célula pequena, compacta, adaptada para o transporte material genético
para o óvulo. Já na Ovogênese, o citoplasma divide-se de maneira desigual entre
as quatro células filhas de modo que uma, o óvulo. obtém todo o material
vitelínico. A quantidade e a distribuição do material vitelínico varia muito nos
os das diferentes espécies animais.
A fecundação compreende todos os eventos desde a penetração da membrana do
óvulo pelo acrosoma do espermatozóide até a união dos cromosomas do
espermatozóide e do óvulo em um só núcleo, restaurando o número diplóide de
cromosomas.
A Partenogênese, o desenvolvimento do óvulo sem haver fecundação, ocorre
naturalmente em muitos grupos diferentes de animais.
A adaptação mais importe que aumenta a possibilidade de fecundação e a
sincronia na produção e liberação dos gametas. Muitos animais aquáticos
apresentam fecundação externa, que e possível onde indivíduos de uma espécie
reúnem-se durante o período de redução ou vivem próximos e os espermatozóides
podem ser transportados até os óvulos pelas correntes aquáticas.
A fecundação interna no interior do corpo da fêmea e característica de muitos
animais aquáticos e das espécies terrestres. Ela requer a cópula e diversas
modificações das vias reprodutoras de ambos os sexos, tais como um órgão
copulador (geralmente um pênis), glândulas produtoras de sêmen, vesícula
seminal, vagina e receptáculo seminal.
Os animais primitivos são gonocorísticos, isto é, os sexos são separados,
porém muitas espécies são ou hermafroditas protândricas ou hermafroditas
simultâneas. Contudo, a regra e geralmente o cruzamento. ao invés da
autofecundação. No hermafroditismo simultâneo, a fecundação cruzada é reciproca.
O hermafroditismo é claramente adaptativo para muitos animais Parasitais e
sésseis, porém sua origem e significado em outros grupos ainda permanecem.
Os óvulos de muitos animais marinhos fazem parte do plâncton, porém a maioria
das espécies marinhas e todas as espécies dulcícolas depositam seus ovos no
interior de envoltórios ou invólucros que se fixam ao substrato ou a seus
progenitores. As vias reprodutoras femininas modificaram-se para secretar
invólucros para os óvulos e o número de óvulos produzidos é menor do que quando
fazem parte do plâncton.
As vias reprodutoras dos, vertebrados variam muito, o que reflete diferentes
adaptações para a fecundação e ovoposição. Nos mamíferos, o pênis masculino
deposita os espermatozóides na vagina e a fecundação ocorre na extremidade
superior da Trompa de Falópio. 0 grande número de espermatozóides liberados
aumenta a possibilidade de que alguns possam atravessar o útero e a Trompa de
Falópio e, coletivamente contribuir para a dispersão enzimática das células
foliculares retidas em torno do óvulo liberado.
A reprodução nos vertebrados em especial apresenta um mecanismo complexo que
dispõe de um mecanismo hormonal que acontece da segunte forma: As células
intersticiais dos testículos produzem androgênios como a testosterona, por
exemplo; estes estimulam o desenvolvimento e a manutenção dos caracteres sexuais
masculinos secundários e as glândulas anexas masculinas, a próstata e a vesícula
seminal, por exemplo. Os chifres do veado e a crista do galo, as barbelas e a
plumagem dos pássaros são controlados pelos androgênios. Eles também são
responsáveis, pelo menos em parte, pelo aumento da libido em ambos os sexos e
pelo desenvolvimento do comportamento no acasalamento. A remoção da hipófise
causa a regressão não só das células intersticiais como dos túbulos
seminíferos.
Os ovários produzem os hormônios sexuais femininos, progesterona e estradiol.
O estradiol controla as alterações do corpo feminino na época da puberdade ou
maturidade sexual alargando a pelve, desenvolvendo os seios, promovendo o
crescimento do útero, da vagina e genitália externa. A progestrona é necessária
para completar cada ciclo menstrual, para a implantação do ovo e para a
manutenção da gravidez.
Os ciclos menstruais dos primatas e os ciclos estrais de outros mamíferos são
regulados por interações complexas entre o FSH, LH, prolactina, estradiol e
progesterona. Em alguns animais, como no coelho e na doninha, a ovulação é
induzida, de modo reflexo, pelo estimulo da vagina durante a cópula. Na mulher e
em muitos outros mamíferos, a ovulação é estimulada não pela cópula, mas por uma
intrincada seqüência de controles de retroalimentação (feed, back), que incluem
o hormônio liberador de gonadotrofina, o LH, o estradiol e, talvez, também o FSH
e a progesterona. Os anticoncepcionais orais contêm análogos sintéticos de
estradiol e progesterona e funcionam impedindo a secreção do hormônio liberador
da gonadotrofina.
A placenta produz os hormônios protéicos gonadotrofina coriônica e lactogênio
placentário e os hormônios esteroides progesterona e estradiol.
A lactação esta sob um controle hormonal muito complexo, que inclui o
estradiol e a progesterona, além da prolactina e, em algumas espécies, o
hormônio do crescimento ,a insulina, bem como o ACTH. A secreção de leite pelas
glândulas alveolares é regulada pela prolactina, porém o transporte do leite do
alvéolo para o mamilo é controlado pela ocitocina, que estimula a contração das
células mioepiteliais que espremem os alvéolos.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
A ativação do óvulo pela fecundação inicia divisões mitóticas, denominadas
clivagem. Os trés tipos mais comuns de clivagem são a clivagem radial
(equinodermas e vertebrados), na qual os planos de clivagem são paralelos ou em
ângulos retos; clivagem espiral (anelídeos e moluscos), na qual os planos de
clivagem são oblíquos ao eixo polar, e a clivagem superficial (artrópodos), na
qual ocorrem divisões nucleares mas não citoplasmáticas. A quantidade e a
distribuição do vitelo, que impede a clivagem, afetam bastante o tipo de
clivagem. A clivagem frequentemente conduz a um estágio multicelular conhecido
como blástula, contendo uma cavidade interior, a blastocele. A massa total da
blástula é menor do que a do ovo.
A gastrulação converte a blástula em um embrião bilateral (gástrula). que
possui o plano básico do adulto. A conversão ocorre através de movimentos
morfogenéticos das células embrionárias. Como na clivagem, o modelo da
gastrulação é muito afetado pela quantidade e distribuição do vitelo. Os
folhetos germinativos _ ectoderma. mesoderma e endoderma _ tornaram-se evidentes
durante a gastrulação.
Seguindo-se á gastrulação, os rudimentos de órgãos derivados de um ou mais
folhetos germinatlvos são logo estabelecidos. Em todos os animais, o sistema
nervoso, a camada epidérmica da pele e as regiões bucal e anal são derivadas do
ectoderma; o revestimento do intestino e as diversas regiões associadas ao
intestino, tais como o fígado e o pâncreas, são derivados do endoderma as
camadas musculares, os vasos sanguineos e o tecido conjuntivo são derivados do
mesoderma.
A posição é o primeiro fator na determinação do destino das células
embrionárias e na regulação do curso do desenvolvimento. A posição determina a
natureza do meio citoplasmático e do meio celular circundante, os quais,
interagindo com o núcleo, regulam a ativação seqüencial dos genes e, desse modo,
o destino final da célula.
Primeiramente, como em muitos animais marinhos, o desenvolvimento inclui um
estado de larva móvel que alimenta (desenvolvimento indireto) e é responsável
pela dispersão e pela fonte precoce de nutrição fora do ovo. Contudo, as larvas
estão sujeitas a uma alta mortalidade ou são incompatíveis com certas condições,
e têm sido, portanto suprimidas em muitas espécies marinhas e na maioria das
espécies dulcícolas (desenvolvimento direto).
Os ovos cleidóicos, que são sistemas mais ou menos auto-suficientes contidos
em uma casca protetora, evoluíram em alguns grupos de animais, especialmente os
terrestres. As membranas extra-embrionárias_ saco vitelino, âmnio, córion e
alantóide fornecem proteção e manutenção para o desenvolvimento do embrião
dentro de ovos cleidóicos de répteis e aves.
O cuidado paterno, ou incubação dos ovos, seja dentro ou fora do corpo da
fêmea, é uma adaptação disseminada que facilita a sobrevivência do embrião. A
incubação permite a redução do número de ovos produzidos.
O embrião humano é incubado no interior do útero, onde ele chega sob a forma
de blástula (blastocisto), seguindo-se à fecundação na parte superior da tuba de
Falópio. O córion e a alantóide de seus ancestrais reptilianos adaptaram-se para
a troca de gases, alimentos e dejetos entre as correntes sangüíneas embrionária
e uterina. As partes do córion-alantóide e da parede uterina relacionadas com as
trocas constituem a placenta.
A gemelação, ou nascimentos múltiplos, nos mamíferos, resulta da liberação de
mais de um óvulo dos ovários da separação dos blastômeros na clivagem do ovo, ou
da formação de mais de um centro embrionário dentro do blastocisto.
RESUMO DA PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento humano tem início com a fertilização, mas uma série de
eventos deve ocorrer antes que esse processo possa se iniciar (e. g., a
gametogênese).
Os ov6citos são produzidos pelo ovário (ovogênese), e são dali expelidos
durante a ovulação. O ov6cito é varrido para a trompa uterina, onde pode ser
fertilizado.
Os espermatozóides são produzidos nos túbulos seminíferos dos testículos
(espermatogênese), e armazenados no epidídimo. A ejaculação durante o ato sexual
resulta no deposito de milhões de espermatoz6ides na vagina. Muitos atravessam
útero e penetram nas trompas uterinas. Várias centenas o ov6cito secundário,
quando este está presente.
Quando um ovócito secundário entra em contato com um espermatozoide, ele
completa a segunda divisão meiótica. Em conseqüência, são formados um óvulo
maduro e um segundo corpo polar. O núcleo do óvulo maduro constitui o pronúcleo
feminino.
Após a penetração do espermatozóide no citoplasma do óvulo, sua cabeça se
separa da cauda, aumenta de tamanho e torna-se o pronúcleo masculino. A
fertilização completa-se quando os cromossomos paternos e maternos se misturam
durante a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto, a célula que dá
origem ao ser humano.
Enquanto percorre a tuba uterina, o zigoto sofre uma clivagem (uma série de
divisões mitóticas), em certo número de células pequenas chamadas blastômeros.
Cerca de três dias depois da fertilização, uma esfera de 12 a 16 blastômeros,
chamada mórula, penetra no útero.
Logo se forma uma cavidade na m6rula, convertendo-a em um blastocisto que
consiste em (1) uma massa celular interna, ou embrioblasto, que vai originar o
embrião, (2) uma cavidade blastocística e (3) uma camada externa de células, o
trofoblasto, que envolve a massa celular interna e a cavidade blastocística, e
forma depois a parte embrionária da placenta.
De quatro a cinco dias após a fertilização, a zona pelúcida desaparece, e o
blastocisto prende-se ao epitélio endometrial. As células do sinciciotrofoblasto
invadem, então, o epitélio endometrial e o seu estroma subjacente.
Simultaneamente, o hipoblasto começa a formar-se na superfície profunda da massa
celular interna. Ao final da primeira semana, o blastocisto está
superficialmente implantado no endométrio.
RESUMO DA SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto são características
importantes da segunda semana do desenvolvimento (Fig. 3.ll). Estes processos
ocorrem durante a implantação do blastocisto.
As várias alterações endometriais resultantes da adaptação dos tecidos
endometriais à implantação do blastocisto são conhecidas coletivamente como
reação decidual.
Ao mesmo tempo, forma-se o saco vitelino primário, e o mesoderma
extra-embrionário cresce a partir do citotrofoblasto. O celoma extra-embrionário
se forma a partir dos espaços que se desenvolvem no mesoderma extra-embrionário.
Esse celoma torna-se a cavidade coriônica. O saco vitelino primário vai
diminuindo gradativaente, enquanto o saco vitelino secundário cresce.
Enquanto essas mudanças extra-embrionárias ocorrem, os seguintes
desenvolvimentos são reconhecíveis: (1) aparece a cavidade amniótica como um
espaço entre o citotrofoblasto e a massa celular interna; (2) a massa celular
interna diferencia-se num disco embrionário bilaminar, consistindo no epiblasto,
relacionado com a cavidade amniótica, e no hipoblasto, adjacente à cavidade
blastocística; e (3) a placa pré-cordial desenvolve-se como um espessamento
localizado do hipoblasto, indicando a futura região cranial do embrião e o
futuro sítio da boca.
RESUMO DA TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Grandes mudanças ocorrem no embrião com a sua passagem do disco embrionário
bilaminar para um disco embrionário trilaminar, composto de três camadas
germinativas. Este processo de formação de camadas germinativas é denominado
gastrulação.
A linha primitiva
A linha primitiva aparece no início da terceira semana como um espessamento
na linha média do epiblasto embrionário na extremidade caudal do disco
embrionário. Ela dá origem a células mesenquimais que migram ventralmente,
lateralmente e cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto.
Tão logo a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, a camada
epiblástica passa a chamar-se ectoderma embrionário, e o hipoblasto, endoderma
embrionário. As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se
organizam numa terceira camada germinativa, o mesoderma intra-embrionário.
As células migram da linha primitiva para as bordas do disco embrionário,
onde se juntam ao mesoderma extra-embrionário que recobre o âmnio e o saco
vitelino. Ao final da terceira semana, existe mesoderma entre o ectoderma e o
endoderma em toda a extensão, exceto na membrana orofaríngea, na linha média
ocupada pela notocorda (derivada do processo notocordal) e da membrana
cloacal.
Formação da notocorda
Ainda no começo da terceira semana, o nó primitivo produz células
mesenquimais que formam o processo notocordal. Este se estende cefalicamente, a
partir do nó- primitivo, como um bastão de células entre o ectoderma e o
endoderma. A fosseta primitiva penetra no processo notocordal para formar o
canal notocordal. Quando totalmente formado, o processo notocordal vai do nó
primitivo à placa procordal. Surgem aberturas no soalho do canal notocordal que
logo coalescem, deixando uma placa notocordal. A placa notocordal dobra-se para
formar a notocorda. A notocorda forma o eixo primitivo do embrião em torno do
qual se constituirá o esqueleto axial.
Formação do tubo neural
A placa neural aparece como um espessamento na linha média do ectoderma
embrionário, em posição cefálica ao nó primitivo. A placa neural é induzida a
formar-se pelo desenvolvimento da notocorda e do mesênquima que lhe é adjacente.
Um sulco neural, longitudinal forma-se na placa neural; o sulco neural é
flanqueado pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para originarem o
tubo neural. O desenvolvimento da placa neural e o seu dobramento para formar o
tubo neural é chamado neurulação.
Formação da crista neural
Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células
neuroectodérrricas migram ventrolateralmente para constituírem a crista neural,
entre o ectoderma superficial e o tubo neural. A crista neural logo se divide em
duas massas que dão origem aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e
espinhais. As células da crista neural dão origem a várias outras
estruturas.
Formação dos somitos
O mesoderma de cada lado da notocorda se espessa para formar as colunas
longitudinais do mesoderma paraxial. A divisão dessas colunas mesodérrricas
paraxiais em pares de somitos começa cefalicamente, no final da terceira semana.
Os somitos são agregados compactos de células mesenquimais, de onde migram
células que darão origem às vértebras, costelas e musculatura axial.
Formação do celoma
O celoma intra-embrionário surge como espaços isolados no mesoderma lateral e
no mesoderma cardiogénico. Estes espaços celômicos coalescem em seguida para
formarem uma cavidade única em forma de ferradura, que, no final, dará origem às
cavidades corporais (e.g.,a cavidade peritoneal).
Formação do sangue e vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos aparecem primeiro
no saco vitelino em torno da alantóide e no cório. Desenvolvem-se no embrião
pouco depois. Aparecem espaços no interior de agregados do mesênquima (ilhotas
sanguíneas), que logo ficam forradas por endotélio derivado das células
mesenquimais. Estes vasos primitivos unem-se a outros para constituírem um
sistema cardiovascular primitivo.
Ao final da terceira semana, o coração está representado por um par de tubos
endocárdicos ligados aos vasos sanguíneos do embrião e das membranas
extra-embrionárias (saco vitelino, cordão umbilical e saco coriônico).
As células do sangue primitivas derivam sobretudo das células endoteliais dos
vasos sanguíneos das paredes do saco vitelino e da alantóide.
Formação das vilosidades coriônicas As vilosidades coriônicas primárias
tornam-se vilosidades coriônicas secundárias, ao adquirirem um eixo central do
mesênquima. Antes do fim da terceira semana, ocorre a formação de capilares nas
vilosidades, transformando-as em vilosidades coriônicas terciárias.
Prolongamentos citotrofoblasto que saem das vilosidades juntam-se para formarem
um revestimento citotrofoblástico externo que ancora as vilosidades
pendunculares e o saco coriônico ao endométrio. O rápido desenvolvimento das
vilosidades coriônicas durante a terceira semana aumenta muito a área da
superfície do cório disponível para a troca de nutrientes e outras substâncias
entre as circulações materna e cmbrionária.
RESUMO DA QUARTA À OITAVA SEMANAS
Estas cinco semanas são chamadas com freqüência de período embrionário,
porque é um tempo de desenvolvimento rápido do embrião. Todos os principais
órgãos e sistemas do corpo são formados durante este período.
No começo da quarta semana, as dobras nos planos mediano e horizontal
convertem o disco embrionário achatado em um embrião cilíndrico em forma de "C".
A formação da cabeça, da cauda e as dobras laterais é uma seqüência contínua de
eventos que resulta numa constrição entre o embrião e o saco vitelino. Durante a
flexão, a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião, e dá origem ao
intestino primitivo.
Com a flexão ventral da região cefálica, a cabeça embrionária em
desenvolvimento incorpora parte do saco vitelino como intestino anterior. A
flexão da região cefálica também resulta na membrana oro faríngea e no
posicionamento ventral do coração, além de colocar o encéfalo em formação na
parte mais cefálica do embrião.
Enquanto a região caudal "flete" ou dobra-se ventralmente, uma parte do saco
vitelino é incorporada à extremidade caudal do embrião, formando o intestino
posterior. A porção terminal do intestino posterior expande-se para constituir a
cloaca. O dobramento da região caudal também resulta na membrana cloaca/, na
alantóide e na mudança do pedículo do embrião para a superfície ventral
deste.
O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino
como intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um
estreito ducto vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, são formadas
as paredes laterais e ventral do corpo.
Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a
alantóide, formando então um revestimento epitelial para a nova estrutura
chamada cordão umbilical.
As três camadas germinativas, derivadas da massa celular interna durante a
terceira semana, diferenciam-se nos vários tecidos e órgãos, de modo que, ao
final do período embrionário, os primórdios de todos os principais sistemas de
órgãos já foram estabelecidos. O aspecto externo do embrião é muito afetado pela
formação do encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos.
Com o desenvolvimento das estruturas, a aparência do embrião vai-se alterando, e
estas peculiaridades caracterizam o embrião como inquestionavelmente humano.
Como os primórdios de todas as estruturas internas e externas essenciais são
formados durante o período embrionário, a fase compreendida entre a quarta e a
oitava semanas constitui o período mais crítico do desenvolvimento. Distúrbios
do desenvolvimento neste período podem originar grandes malformações congênitas
do embrião.
Estimativas razoáveis da idade dos embriões podem ser feitas a partir (1) do
dia que marcou o início do último período menstrual, (2) da data estimada da
fertilização, (3) de medições de comprimento, e (4) das características externas
do embrião.
RESUMO DO PERÍODO FETAL DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
O período fetal começa nove semanas após a fertilização e termina com o
nascimento. Ele caracteriza-se por um rápido crescimento corporal e pela
diferenciação dos sistemas de órgão. Uma mudança óbvia é a diminuição relativa
do ritmo de crescimento da cabeça em comparação com o resto do corpo.
Aparecem lanugem e o cabelo, e a pele é recoberta pela vemix caseosa no
início da vigésima semana. As pálpebras estão fechadas durante a maior parte do
período fetal, mas começam a reabrir-se por volta das 26 semanas. Até então,
usualmente, o feto é incapaz de sobreviver extra-uterinamente, sobretudo pela
imaturidade do seu sistema respiratório.
Até cerca de 30 semanas, o feto tem uma aparência avermelhada e enrugada
devido à delgadez de sua pele e à ausência relativa de gordura subcutânea. Em
geral, a gordura desenvolve-se rapidamente durante as últimas seis a oito
semanas, dando ao feto uma aparência lisa e rechonchuda. Esta fase terminal
destina-se especialmente à formação dos tecidos e à preparação dos sistemas
envolvidos na transição do meio intra-uterino para o extra-uterino,
particularmente o sistema respiratório.
Fetos prematuros nascidos entre 26ª e a 36. ° semana costumam sobreviver, mas
fetos a termo têm maiores chanches de sobrevivência.
As alterações que ocorrem no período fetal não são tão dramáticas quanto as
que se dão na fase embrionária, mas são muito importantes. O feto é menos
vulnerável aos efeitos teratogênicos de drogas, vírus e radiação, mas estes
fatores podem interferir com o desenvolvimento funcional normal, sobretudo do
cérebro e dos olhos.
Existem várias técnicas disponíveis para se avaliar as condições do feto e
para se diagnosticar antes do parto certas moléstias e anormalidades do
desenvolvimento. Hoje em dia, o médico pode determinar se um feto possui ou não
uma certa doença ou uma malformação congênita, utilizando a amniocentese e a
ultra-sonografia. O diagnóstico pré-natal pode ser feito com precocidade
suficiente para permitir o aborto seletivo de um feto defeituoso, se esta for a
decisão da mãe e se o procedimento for legal.
A reprodução é o fenômeno responsável pela eternidade dos organismo, ela pode
ser assexuada ou sexuada. Na reprodução sexuada é possiblitada uma diversidade
de formação de novos organismo graças a troca de material genético entre os
gametas. Essa troca acontece através da fecundação que possibilita a ocorrência
de multiplos eventos resultando na formação de um novo organismo.
Além do embrião, as membranas fetais e a maior parte da placenta originam-se
do zigoto.
A placenta consiste em duas partes.- (l) uma porção fetal derivada do cório
viloso e (2) uma porção materna formada pela decídua basal. As duas partes são
mantidas juntas pelas vilosidades de ancoragem e pelo revestimento
citotrofoblástico.
A circulação fetal é separada da circulação materna por uma fina camada de
tecidos conhecidos como membrana placentária (barreira placentária). Trata-se de
uma membrana permeável que permite que a água, o oxigênio, substâncias
nutritivas, hormônios e agentes nocivos passem da mãe para o embrião ou feto.
Produtos de excreção passam pela membrana placentária do embrião ou feto para a
mãe.
As principais atividades da placenta são (1) metabolismo, (2) transferência e
(3) secreção endócrina. Todas as três atividades são essenciais à manutenção da
gravidez e para possibilitar um desenvolvimento embrionário normal.
Na gravidez múltipla, as membranas fetais e placenta(s) variam de modo
considerável, dependendo da derivação dos embriões e do momento em que ocorreu a
divisão das células embrionárias. O tipo comum de gêmeos é o dizigótico, com
dois âmnios, dois córios e duas placentas que podem ou não estar fundidas.
Gêmeos monozigóticos, o tipo menos comum, representam cerca de um terço de
todos os gêmeos; derivam de um zigoto. Estes gêmeos apresentam comumente dois
âmnios, um cório e uma placenta. Gêmeos nesta situação são sempre monozigóticos
e seus cordões umbilicais estão frequentemente emaranhados. Outros tipos de
nascimentos múltiplos (trigêmeos e assim por diante) podem derivar de um ou mais
zigotos.
O saco vitelino e a alantóide são estruturas vestigiais, mas sua presença é
essencial ao desenvolvimento normal do embrião. Ambos são sítios precoces de
formação do sangue, e a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião
na forma de intestino primitivo. Células germinativas primordiais também se
originam no saco vitelino.
O âmnio forma um saco que contém o líquido amniótico e fornece o revestimento
do cordão umbilical. O líquido amniótico possui três funções principais: ele
prevê (1) um anteparo protetor para o embrião ou feto, (2) espaço para os
movimentos fetais e (3) contribui para a manutenção da temperatura corporal do
feto.
Bibliografia:
MARCZWSKI, M & VÉLEZ, E. - Ciências Biológicas, Editora FTD, 3 volumes. - 1999.
AMABIS & MARTHO. - Biologia das Células, Ed. MODERNA, 3 volumes.- 2003.
SOARES, J. L. - Fundamentos de Biologia. Ed. SCIPIONE - 3 volumes- 2003.
MERCADANTE, C. Et all - BIOLOGIA, Ed. MODERNA - volume único- 2002.
PAULINO, W. R. - Biologia Atual - Ed. ÄTICA - 3 volumes- 2003.
LOPES, S. - Bio - Ed. SARAIVA - 3 volumes.- 2004.
SÉRGIO LINHARES & FERNANDO GEWANDSZNAJDER - Biologia Hoje - Volume 1 - Ed. Ática
Prof.Cynara
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