A lagosta servida no restaurante sofisticado, o
espetinho de camarão vendido a dois reais na praia, o tatu bola que fez parte
da sua infância, a ração da sua tartaruga e até aquelas cracas que já cortaram
o seu pé na pedra são crustáceos.
Existem animais de 1mm de comprimento e até caranguejos com 3 metros de abertura dos apêndices. A maioria é de vida livre, podendo ser nadadores, reptantes, fossoriaisou viverem em grãos de areia (intersticiais). Alguns são pelágios, outros são terrestres, e tem também aqueles que são sésseis. Há grupos de crustáceos que só são incluidos ao táxon por suas características larvais, pois na fase adulta apresentam especializações irreconhecíveis.
Existem animais de 1mm de comprimento e até caranguejos com 3 metros de abertura dos apêndices. A maioria é de vida livre, podendo ser nadadores, reptantes, fossoriaisou viverem em grãos de areia (intersticiais). Alguns são pelágios, outros são terrestres, e tem também aqueles que são sésseis. Há grupos de crustáceos que só são incluidos ao táxon por suas características larvais, pois na fase adulta apresentam especializações irreconhecíveis.
Em análise cladística eles estão categorizados em : Remipedia, Cephalocarida, Anostraca, Phyllopoda, Malacostraca, Maxillopoda
Biologia Geral dos Crustáceos
A primeira característica que distingui os crustáceos dos outros artópode é o número de antena. Se o animal tiver duas antenas, com certeza é um crustáceo. Os outros caracteres que se compartilham entre os crustáceos são: três ou quatros ocelos simplesque se agrupam para formar o olho, a forma larval básica é o náuplio, eles apresentam no máximo dois pares de nefrídios saculiformes, um no segmento do segundo par de antenas e um no segmento do segundo par de maxilas.
Estrutura
- Tagmatização: cabeça, péreon e pleon
Cabeça: Possui seis segmentos, no seundo segmento está o primeiro par de antenas e no terceiro segmento o segundo par. Na cabeça estão dispostos os olhos compostos e apresentam um cérebro tripartido. No quarto segmento encontra-se a mandíbula. A mandíbula possui muitos artículos e tem função cortante e trituradora. Posteriormente as mandíbulas encontram-se pares de maxilas, no quinto e sexto segmento, esses apêndices estão relacionados com o alimentação.
Péreon: Encontram-se apêndices torácicos especializados em peças bucais auxiliares, os maxilípedes e pereópodes, que também tem a função de locomoção.
Pléon: Em posição mais posterior, o pléon possui apêndices relacionados com a locomoção, são os pleópodes. As estrururas posteriores do corpo são o telsón e o urópode, estrutura reprodutiva. O télson quase sempre apresenta furca caudal.
Os crustáceos comumente apresentam uma dobra ampla na parede do corpoque se estende em direção posterior a partir da cabeça, essa dobra constitui o que denomina-se carapaça. A carapaça varia de tamanho de acordo com as espécies e pode até estar ausente.
Os crutáceos primitivos apresentavam numerosos apêndices homônimos, birremes e multifuncionais. Nos crustáceos atuais, os apêndices sofreram modificaçnoes de estrutura e função. Um apêndice birreme característico consiste em um protopodito basal ligado ` a superficie ventral do corpo e dois ramos. O protopodito pode estar dividido em dois artículos, a coxa proximal e a base distal. A coxa pode ser gnatoblástica, com espinhos e dentes, denominados enditos, que estão na superfície do lado interno para mastigar o alimento. Os ramos estão ligados `a base. O ramo externo é o exopodito e o interno é o endopodito. Ambos podem estar modificados de várias maneiras.
Os grau de esclerotização do exoesqueleto variam entre os
táxos e está diretamente ralacionada ao espessamento da cutícula.
-
Cutícula: epicutícula, exocutícula, endocutícula e camada membranosa.
Epicutícula: é a camada mais externa
constituida de lipídios e proteínas curtidas.
Exocutícula: é constituída de uma camada
externa de proteinnas curtidas eoutras camadas de quitina, as quais podem se
apresentar calcificadas.
Endocutícula:
é constituída por proteinas não curtidas e grande quantidade de quitina, que
pode se apresentar fortemente calcificada. Geralmente é a camanda mais espessa.
Membranosa:
camada adjacente `a epiderme, consite em quitina não curtida e não calcificada.
Nutrição
Os
crustáceos apresentam dieta e mecanismos de alimentação muito variados, podendo
ser suspensívoros, herbívoros, carnívoros, parasitas, e detritívoros. A boca
dos crustáceos abre-se ventralmente na cabeça e o trato digestivo é em geral reto.
O trato digestivo consiste-se quase sempre em um esôfago e um estômago. Em
crustáceos que se alimentam em grande quantidade há a presença de um estômago
adaptado para triturar. Atua como um moinho gástrico acoplado a um filtro de
cerdas que separa as partículas grossas, das finas que serão absorvidas. Nos
animais suspensívoros encontram-se pentes de cerdas nos segmentos, esses pentes
com batimentos ritmados dos apêndices
produzem uma corrente filtradora.
Transporte interno
O
sistema hemal dos crustáceos é semelhante a quase todos os artrópodes. O
coração é um tubo longo que se localiza no mesmo tagma que encontram-se as
brânquias. Em algumas espécies está ausente. N maioria dos casos o coração
bombeia sangue para a hemocele, banhando os tecidosantes de retornar para o
coração. Espécies de grande porte apresentam artérias e veias bastante
desenvolvidas.
O sangue dos
crustáceos contém grande variedade de amebócitos responseveis por fagocitose e
coagulação.
Trocas Gasosas
Os
crustáceos de pequeno porte realizam suas trocas gasosas pela cutícula, já os
de grande porte possuem brânquias. As brânquias estão quase sempre associadas
com appendices, mas variam bastante com relação `a localização, `a origem e `a
morfologia. O sangue chegs e deixa as brânquias através de seios sanguíneos e
transporta os gases das brânquias para os tecidos. O oxigênio pode estar dissolvido no sangue ou ligado a um pigmento
respiratório, ou hemoglobina, ou hemocianina.
Excreção
Os
orgão escretores dos crustáceos são pares de nefrídeos. Eles estão localizados
no segmento que corresponde ao segundo par de antenas ou ao Segundo par de
maxilas, recebendo o nome de glândula antenal ou glândula maxilar,
respectivamente.
Sistema nervoso
O
cérebro segue o padrão típico dos artrópodes e o cérebro consiste em
protocérebro, deuterocérebro e um tritocérebro. Todos os graus de cefalização e
gânglios estão representados dentro dos crustáceos. Axônios gigantes que
conduzem os impulsos com rapidez são encontrados no SNC de alguns crustáceos,
principalmente em Malacostraca.
Os
orgão dos sentidos nos crustáceos incluem olhos, estatocistos, cerdas
sensoriais e propioceptores. Os olhos podem ser medianos e/ou compostos. Olhos
medianos agrupados formam o olho naupliar. O olho naupliar não forma imagens,
mas permite a percepção da direção da fonte de luz, orientanto o animal em
relação `a superfície da água ou em relação ao sedimento.
As
cerdas possuem funções quimiorreceptoras e estão localizadas sobre a superfície
do corpo, em apêndices especializados. Entre elas estão os estetos,
encontradas, em geral, no primeiro par de antenas dos crustáceos.
Os
estatocistos são receptores pares associados ao equilíbrio. Eles localizam-se
nas antênulas, abdomen, urópodes ou no télson de maláscostracos.
Reprodução
A
maioria dos crustáceos é dióica, mas alguns, como cracas e remipédios, são
hermafroditas. A fertilização é quase sempre interna e na maioria das espécies
há cópula. O pênis está quase sempre presente, mas pode não ser uma estrutura
proeminente. Um receptáculo seminal está presente nas fêmeas.
Desenvolvimento
O desenvolvimento dos crustáceos pode ser indireto
ou direto. No desenvolvimento indireto, uma larva eclode do ovo com o
desenvolvimento embrionário ainda incompleto e com apenas parte do número de
segmentos e apêndices até que a forma adulta seja atingida. Essa é a condição
primária dos crustáceos e a larva básica é chamada de náuplio. No
desenvolvimento direto o ovo eclode com um organismo na fase imatura e com o
número de segmentos e apêndices semelhantes ao adulto. Os jovens apenas crescem
em tamanho e desenvolvem gônadas para se tornarem adultos.
Classes
de Crustáceos
Remipedia
Os remipédios são uma classe de crustáceos de recente descrição. Possuem apenas 11 espécies, sendo que nove estão distribuidas na zona do Caribe, uma encontra-se nas Ilhas canárias e há uma espécie recentemente descoberta no oeste da Austrália. Todas as espécies habitam cavernas submarinas, onde há um ambiente químico peculiar, com água salobra e baixas taxas de oxigênio. Estudos de campo mostram que os remipédios, nadam com a boca aberta e se alimentos de outros crustáceos. Esse grupo possui peças bucais muito específicas, que tem a função de agarrar e segurar a presa. Suas maxilas tem a capacidade de atravessar a cutícula da presa e injetar uma toxina sistêmica, essa substância dissolve os tecidos da presa, permitindo ao remipédio sugar sua massa interna.
As caracteristicas morfológicas do remipédios são
plesiomóficas. Possuem um corpo dividido em no máximo 30 segmentos idênticos. E
cada segment possui um par de extremidades birrémes. Quando o animal nada,
move-se em ondas metacronicas. Possuem sistema nervosa em escadae divertículos
em cada segmento. Parecem ser hermafroditas simultâneos.
Cephalocarida
Possui
10 espécies formando a ordem Bracypoda. Possuem apenas alguns centímetros de
comprimento e normalmente vivem em suferfícies lamacentas. São encontrados em
zonas costeiras de oceânos de todo mundo, geralmente a pouca profundidade, é
encontrada pelo menos uma espécie por quilômetro. A tagmose dos cephalocaridos
é evidente. Possui cabeça, tórax e abdomen. A cabeça possui cinco segmentos,
enquanto o tórax e o abdomen variam, totalizando os dois em 20 segmentos. A
cabeça possui apenas quarto apêndices que se diferem dos pereópodes, O abdomen
possui apenas um par anterior de appendices reduzidos, portadores de ovos e um
segment anal. Os pereópodes movem-se de forma metacronica e realizam ao mesmo
tempo a função de alimentação e locomoção. Devido ao habitat e modo de vida
especial do cephalocaridos, há a suspeitas que muitos aspectos de sua
morfologia são resultado de uma pedomorfóse progenética.
Anostraca
Esse
táxon pequeno habita regiões de água doce e salgada. Os anostracas incluem
representantes com alta capacidade de osmorregulação e que suportam taxas de
salinidade até o ponto de saturação de cloreto de sódio,o que é o caso das
artêmias, representante aonstraco mais conhecido. O nome anostraca refere-se a
ausência de carrapaça. As primeiras antenas são muito pequenas as segundas
possuem dimorfismo sexual e estão relacionads com a reprodução. As mandíbulas
são grandes e trituradoras e o segundo par de maxilas é vestigial. O tronco é
dividido em tórax anterior e um abdomen posterior. Cephalotórax, maxilípedes e
carapaças estão ausentes. Os toracópodes são filopódios homônomos e o abdomen é
destituido de appendices. Apesar de alguns serem carnívoros a maioria dos
anostracos é suspensívora, empregando os filopódios cerdosos e um sulco
alimentar para coletar e transporter partículas alimentares suspensas para a
boca. Os anóstracos alimentam-se enquanto nadam.
Inclui os táxons: Spinicaudata, Laevicaudata, Cladocera, Notostraca
Esse
taxon inclui aproximadamente 800 espécies que vivem, na sua maioria, em água
doce. Os filópodes “grandes” costumam viver em habitat relictuais, onde peixes
não são encontrados. O ciclio de vida pode apresentar adaptaçoes em resposta a
períodos alternados de dessecação e de inudação. Entretanto, os flópodes mais
bem sucedidos são os de pequeno porte. Um dos representantes mais conhecidos é
a pulga-d’água, pertencente a ordem Cladocera. Os cladóceros não se encontram
em habitats inóspitos e são representantes ecologicamente importantes das
comunidades bentônica e planctônica de lagos. Os filopodes possuem carrapaça
bem desenvolvida. Nos filopodes de grande porte o desenvolvimento é indireto
com apresença da larva náuplio, nos filopodes de pequeno porte, o
desenvolvimento é direto. O corpo é dividido em cabeça, tórax e abdomen
reduzido. O número de segmentos varia de acordo com o taxon. Os apêndices estão
restritos ao tórax, estando ausentes no abdomen. Uma furca caudal encontra-se
na região posterior do abdomen. Os filopodes apresentam um orgão nucal epidérmico
na linha mediano-dorsal da porção posterior da cabeça. Em algumas espécies
possui a comprovada função de osmorregulação, em outras, a função é
desconhecida.
Malacostraca
Inclui os táxons: Leptostraca, Stomatopoda, Decapoda, Syncarida, Euphausiacea, Pancarida e Peracarida.
Os Malacostraca habitam o ambiente, marinho dulcícola e terreste. É a maior dentre as classes de Crustacea, totalizando aproximadamente 25.000 espécies. Este grupo inclui os crustáceos mais conhecidos pelos humanos: camarões, lagostas, tatuzinhos de jardim, caranguejo e siris.
Os malacostracos
apresentam um espesso exoesqueleto calcificado. Corpo dividido em três tagmas,
cabeça, péreon (torax) e pléon
(abdômen). Todos os malacostracos possuem cinco segmentos na cabeça, oito no
tórax e seis no abdômen. Comumente apresentam um par de apêndices por segmento.
Do primeiro ao terceiro segmento anterior do tórax, os apêndices estão
modificados em maxilípedes, os quais são utilizados durante a nutrição. Os
apêndices presentes até o quinto segmento abdominal são quase sempre birremes.
O último segmento posterior do abdômen, quando presente, é achatado e forma uma nadadeira caudal com o
télson.
Esse grupo possui um
plano estrutural típico de crustáceos. As brânquias internas são protegidas pela
carapaça. O sistema circulatório em
organismos grandes pode ser bastante desenvolvido, com a presença de vasos,
embora ainda seja considerado aberto. O sistema nervoso é centralizado. Um
grande cérebro que se localiza próximo aos olhos é conectado por numerosos
gânglios nervosos através de um cordão nervoso central emparelhado que percorre
toda a extensão do corpo. Glândulas verdes estão presentes na segunda antena e possuem
a função de excreção e osmorregulação. A boca leva o alimento `a duas câmaras estomacais,
uma das quais possui um moinho gástrico que tritura o alimento. A digestão
ocorre em todo o intestino, e os detritos são expelidos através de um ânus
posterior sobre o télson.
Os malacóstracos são
dióicos e o sexo é geneticamente determinado. Machos possuem estruturas
copulatórias e fêmeas possuem receptáculos seminíferos. O desenvolvimento é
indireto com a presença da larva náuplio na maioria das espécies, existem
algumas espécies que apresentam a larva zoea.
Por ser um grupo tão
extenso possuem representantes com os mais diversos hábitos, podendo ser
carnívoros, herbívoros, detritívoros, parasitas, suspensivos e escavadores.
A ordem Decapoda é a
maior e a mais conhecida devido `a sua importância econômica. Os humanos são
vorazes consumidores de camarões, lagostas, caranguejos e outros crustáceos. Os
malacóstracos também compõem uma vasta fração das rações destinadas a criação
de peixes, répteis e anfíbios. A pesca de crustáceos, especialmente malacóstracos,
é extremamente danosa ao meio ambiente. Devido a maior parte das espécies
apreciadas pelos humanos terem hábitos bentônicos, a extração desses animais
agridem, diretamente, muitas outras espécies de seres vivos. A pesca predatória
desse grupo, como de quase todos, desequilibra ecossistemas inteiros.
A classificação dos
Malacostraca basea-se em evidências morfológicas. O grupo possui um alto grau
de especialização e convergência, devido a isso são muitas as divisões dentro
do táxon.
Maxillopoda
Inclui os táxons: Copepoda, Mystacocarida, Tatulocarida, Ascothocarida, Cirripedia, Ostraca, Branchiura e Pentastomida
Esta classe inclui os crustáceos
possuidores de maxílulas e maxílas bem desenvolvidas e cujos os apêndices
torácicos não possuem função relacionada com alimentação. A subclasse de maior
importância é Copepoda, esse grupo compõe grande parte do plâncton marinho e
estuarino. Abrangem uma vasta gama de ambientes, desde que estes possuem
umidade. A maior parte das espécies descritas vivem em associação com outros
seres aquáticos. Possuem um tronco curto com no máximo 10 segmentos, o olho
naupliar posssui apenas três ocelos. Não há apêndices no abdomes e muitas vezes
os segmentos torácicos estão fundidos com os da cabeça. Os Maxillopoda
constituem o táxon mais derivado dentro de Crustacea e suas características
morfológicas sugerem que uma origem pedomórfica.
Referências:
ATWER, D.,FAUSTIN, D.. 2001.
"Malacostraca" (On-line), Animal Diversity Web University of Michigan.
Acessado em 03 de agosto de 2011 http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Malacostraca.html.
LANGE, S.; SCHRAM, F.R. Evolución y filogenia de los crustáceos.Boletim de la S.E.A. . nº 26, p.235-254.1999
ROCHA, C.E.F.; BOTELHO, M.J.C. 1997.
Maxillipoda - Copepoda. Cyclopoida. In: Young. P.S. (ed.) Catalogue of Crustacea
of Brazil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. p. 129-166.
RUPPERT,
Edward E. BARNES, Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6ed. São Paulo: Roca,
1996.