Taxonomia e Regras do Código de Nomenclatura Zoológica

A Taxonomia é a ciência que se ocupa da classificação dos seres vivos, utilizando um sistema uniforme que expressa, da forma mais fiel, o grau de semelhança entre eles. Carl Lineu ficou conhecido como o “pai da Taxonomia”. Considerou a espécie como a unidade básica de classificação. Segundo ele, as espécies semelhantes agrupam-se em gêneros, os gêneros em famílias, as famílias em ordens, e as ordens em classes. -> sistema hierárquico de classificação
Categorias taxonomicas (taxon):

   Um sumário deste esquema, do mais geral para o mais específico:


Reino

Filo (animais) / Divisão (plantas)

Subfilo / Subdivisão

Superclasse

Classe

Subclasse

Superordem

Ordem

Subordem

Superfamília

Família

Subfamília

Gênero

Subgênero

Espécie  - abrangente

Subespécie


Como exemplo, considere-se a classificação do Ser humano

• Reino: Animalia

• Filo: Cordado

• Classe: Mamífero

• Ordem: Primata

• Família: Hominidae

• Gênero: Homo

• Espécie: Sapiens



Categorias intermédias: usam-se prefixos como super, sub e infra.

Espécie representa um grupo natural constituído pelo conjunto de indivíduos com o mesmo fundo genético, morfologicamente semelhante, que podem cruzar-se entre si originando descendentes férteis.

Proximidade entre seres vivos

Quando considerarmos, por exemplo, dois seres vivos, eles são tanto mais próximos quanto maior for o número de táxons comuns a que pertencem, isto é, quanto mais restrito for o nível do táxon em que ambos estão incluídos.

Principais regras do Código de Nomenclatura Zoológica


Todos os táxons de escalão superior ao grupo da espécie consistem de uma palavra (uninominal) e com a inicial maiúscula ex: Isotomidae, nome de uma família de Collembola; Canis, nome genérico do cão.

1) Os nomes específicos e de táxons acima devem ser redigidos em Latim ou latinizados.
ex: Canis familiares

2) Todo animal deve ter, pelo menos, dois nomes, o primeiro é do gênero e o segundo da espécie. É o sistema binominal criado por Linnaeus
ex: Musca é nome do gênero; domestica é o nome da espécie.

3) O nome do gênero deve ser redigido sempre com a primeira letra em maiúscula.
ex: Felis cattus

4) O nome da Espécie (sp) deve ser escrito com a inicial minúscula. Quando se utiliza nomes próprios (nomes de pessoa ou de localidades) é indiferente usar - se inicial maiúscula ou minúscula.
ex: Pulex irritans; Trypanosoma cruzi, T. Cruzi, Dicranocentrus heloisae; D. Heloisae

5) Quando existe subespécie, o seu nome deve ser escrito depois do nome da espécie, e sempre com a inicial minúscula, mesmo que seja nome de pessoa.
ex: Rhea americana americana, Rhea americana darwin

6) Quando existe subgênero, o seu nome deve ser escrito depois do nome do gênero, entre parênteses e com a inicial maiúscula.
ex: Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi,

7) O nome dos animais deve ser grifado, sublinhado ou escrito com um tipo de letra diferente do tipo de letra do texto. Não existe no Código nenhuma menção de obrigatoriedade de sublinhar – se o nome genérico ou específico. Sugere-se que seja destacado no texto em que estiver contido.
ex: Felis tigris, Felis tigris ou Felis tigris. Tradicionalmente temos o hábito de sublinhar o nome científico, convém chamar a atenção que devemos sim, é ressalta – la ao longo do texto.

8) Deve-se usar sempre o primeiro nome com que um animal foi descrito, mesmo que esteja errado. ex: Quando descobriram o anfioxo, este animal foi denominado de Branchiostoma lanceaolatum; porque pensou – se que as saliências em torno de suaboca (stoma = boca) fossem brânquias. Posteriormente, verificou – se que isto era falso, e mudou – se o nome par Amphioxus. No entanto, devido a Regra de Prioridade, somos obrigados a usar o termo Branchiostoma.

9) Em trabalhos científicos, depois do nome do animal coloca – se o nome do autor que o descreveu e data da publicação. Quaisquer outras indicações, tais como o lugar e o ano em que o animal foi descrito, por exemplo, se forem necessários devem ser colocados depois do nome do autor e do ano de publicação, e entre parênteses.
ex: Trypanosoma Cruzi C. Chagas (Lassance, MG1909); Musca domestica Linnaeus (Estocolmo, Suécia1758); Dicranocentrus heloisae Arlé & Mendonça, 1982 (Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1972).

10) Se um táxon do grupo da espécie foi descrito num dado gênero e depois transferido para outro, o nome do autor do nome do grupo das espécies, se for citado, deve ser colocado entre parênteses. ex: Ctenocyrtinus prodigus foi descrito em 1959 por Roger Hypolite Arlé. Em 2000, Bellinger publicou a nova posição taxonômica desta espécie como: Seira prodigus (Arlé) Bellinger, 2000. Taenia diminuta Rudolphi, quando foi transferido para o gênero Hymenolepsis , é citado como Hymenolepsis diminuta (Rudolphi).

11) Para designar-se super – famílias usamos a terminação OIDEA, a família é reconhecida pela terminação IDAE; a sub – família pela terminação INAE.
Para designar-se a tribo utilizamos a terminação INI agregada no término do nome,
ex: O verme causador do amarelão é da superfamília Strongyloidea, o homem é da família Hominidae; o mosquito – prego é da subfamília Anophelinae, Entomobyini é uma tribo de colêmbolos.

Regras de nomenclatura (Código Internacional de Nomeclatura Zoológica, versão 2000)

Há certas regras que devem ser obedecidas ao se tratar com categorias taxonômicas. Estas respeitam um código internacional, cujas bases foram lançadas na 10ª edição do Systema Naturae, de Lineu (1758) e atualizadas com o decorrer do tempo.
Como a nomenclatura para os fósseis é a mesma, deve-se utilizar as mesmas regras de nomenclatura, presentes no Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.

                                      



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